Um Triplo Tributo
Falar de imunologia sensibilizando para a relevância desta área de investigação para a sociedade é também, no ICBAS, neste ano de 2020, uma forma de prestar tributo a três figuras de uma mesma geração que tiveram um papel chave e fundador no desenvolvimento da área na instituição: Maria de Sousa, João Castro e Melo e Mário Arala Chaves. Um tributo a três figuras diferentes, epítome de uma escola que retira da pluralidade o seu caráter singular.
Dos três, e para além do seu papel no ICBAS, pode destacar-se a presidência da direção da Sociedade Portuguesa de Imunologia, organização da qual Arala Chaves foi um dos membros fundadores.
MARIA DE SOUSA, 1939-2020
“Science still means development of a cultural atmosphere, where it is fully understood (and paid accordingly) that science does not start at 9 and stop at 5; that science is not scientists only; that it goes all the way from the cleaning staff who keep a lab uncontaminated by microorganisms extraneous to the experiment, to the technician and the secretary who types the final manuscripts; that science is final manuscripts and funding for doctorate and postdoctoral programs; that doctorate candidates are students and that postdoctoral appointments must first exist, and then be known not to be for life.”
de Sousa, 1988
JOÃO CASTRO E MELO, 1937-2018
“No caso do Porto, e no caso da imunologia clínica, ou seja, a imunologia feita – embora não desprezando a vertente de fazer perguntas e de investigação – numa vertente de apoio clínico e de mediação e interpretação para os clínicos dos resultados, era [no final da década de70] feita por médicos, mas dedicados à imunologia laboratorial.
[…] Eu diria que o Serviço [Serviço de Imunologia do Hospital de Santo António] esteve empenhado, desde o início, em transcender a fronteira do meramente clínico.”
Castro e Melo, 2017
MÁRIO ARALA CHAVES, 1939-2000
“Embora […] os aspectos científicos das carreiras médicas, tivessem desempenhado um papel fundamental na escolha da minha profissão, paradoxalmente, não foram os primeiros anos básicos da licenciatura que me despertaram interesse bastante para que me tornasse um aluno bem qualificado. Foram, pelo contrário, os últimos anos, de carácter mais prático, que me fizeram sentir a necessidade da aprendizagem de noções fundamentais no domínio das ciências biomédicas que me permitissem uma melhor compreensão dos problemas clínicos […].“
Arala Chaves, 1979